Uma colecção fora da caixa, fruto da recusa de verdades absolutas na adega, ou um conjunto de provocações de Miguel Louro com base em vinhos que, por vários motivos, acabaram por ser fruto do acaso, do improviso ou de astutas reviravoltas após incidentes de percurso. Apaixonantes e irrepetíveis.
Com base em barricas que acabaram por não entrar nos lotes de Quinta do Mouro e Quinta do Mouro Rótulo Dourado, como inicialmente pensado, estes dois tintos ganharam vida própria. O primeiro é um vinho mais suave, mais bem-comportado, com fruta aberta e generosa, harmonioso, sedoso e com um final apimentado, enquanto que o segundo é mais tenso e profundo, errando por caminhos mais próximos ao perfil dos Quinta do Mouro.
É um tinto do Alentejo… mas ninguém diria. Miguel Louro recomenda-o para pratos de lampreia, numa nota de irreverência que nos leva para outras latitudes vínicas portuguesas. Desafiante e provocador, de aroma complexo e vibrante, com taninos rugosos e uma acidez notável, na boca é um prodígio de intensidade e de frescura.
E de barricas esquecidas ou ostracizadas para três topos de gama se faz um novo Erro, após alguns anos de bom comportamento… Jovial, poderoso, fresco, ácido, rebelde e clássico, tudo em contradição e em harmonia, num dos mais divertidos e deliciosos vinhos da Quinta do Mouro.